Da portaria à limpeza. Das vendas ao administrativo, as mulheres estão presentes em todos os setores da CEASA/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), desempenhando papéis cruciais para o bom funcionamento da instituição. Em um ambiente em que os homens ainda são maioria, elas conquistaram espaço e se tornaram sinônimo de competência, profissionalismo e respeito.
Neste 8 de março, Dia da Mulher, a CEASA/MS exalta o trabalho de algumas das profissionais que se dedicam, diariamente, às Centrais, como é o caso da porteira Marta Maria Ares Suarez Gobbo.
Desde 2023, ela é uma das responsáveis por monitorar o entra e sai de carros, caminhões e carretas na CEASA, com um movimento que chega a cerca de 1,5 mil veículos por dia.
“É cansativo, porém, acabo conhecendo muitas pessoas, que me tratam muito bem. Já tive alguns perrengues, mas que, graças a Deus, não me ocasionaram nada. Meu contato é direto com os motoristas das carretas e caminhões, que são, em sua maioria, homens, mas eu os trato com respeito e recebo, em troca, o mesmo respeito”, comenta Marta.
O ofício exige uma dose diária de coragem, conta Marta.
“Como estou na portaria, surgem situações complicadas. Já lidei com viciados em drogas, fora de si, situações que realmente já me deixaram com muito medo. Mas, se não me respeitam ou não respeitam as normas da CEASA, eu adiciono a segurança”, completa.
A Tecnóloga em Alimentos da Dimer (Divisão de Mercado e Abastecimento) da CEASA, Fernanda Zequim, também lembra dos desafios que enfrentou quando chegou à CEASA/MS, há 3 anos. Como cotadora, Fernanda lida, diariamente, com dezenas de produtores e permissionários das Centrais.
“No início, foi complicado ter de lidar com alguns constrangimentos por estar em um ambiente dominado por homens, mas, com o tempo, fui conseguindo conquistar o meu espaço para mostrar o meu trabalho e exigir respeito”, comenta Fernanda.
Atualmente, a administração da CEASA/MS tem 15 funcionárias que estão divididas entre setores como o da limpeza, licitação, compras, financeiro, recepção e administrativo. Mas dezenas de outras mulheres também trabalham como vendedoras, administradoras ou donas do próprio negócio nas Centrais.
A empresária Ilda Vicente trabalha na CEASA há 17 anos, ela tem uma “pedra” – como são chamados os boxes de cada permissionário – no pavilhão da Coop-Grande (Cooperativa Agrícola de Campo Grande). Ilda se recorda de quando veio para Campo Grande pela 1ª vez e se encantou pela capital. Ela já era feirante em Irapuru, no interior de São Paulo.
“Eu vim passear em Campo Grande e adorei a CEASA. Gostei tanto que não quis mais voltar e não voltei. Eu liguei para o meu marido e disse que não ia mais embora, eu disse ‘vou comprar uma casa aqui e vou ficar aqui. Se você quiser vir’. Ele largou tudo lá e veio”, sorri Ilda.
À frente do box Ilda e Carioca, Ilda atende dezenas de clientes por dia. A rotina começa cedo, às 3h30. “Eu gosto de ser vendedora, eu gosto de vender, lidar com gente”, completa.
Quem também começou a trabalhar na CEASA na mesma época que Ilda é Meire Aparecida Randolpho. Em mais de uma década trabalhando nas Centrais, Meire passou por três empresas antes de começar a atuar na Top Morena há cerca de 5 meses.
Ela se recorda de todas as barreiras que teve de superar para provar o seu potencial.
“No início, algumas pessoas não acreditavam no potencial da mulher, pagavam menos. Eu não passei por isso, mas a gente sabia que algumas profissionais ganhavam menos. Enfim, foram muitas lutas. Mas hoje, pode reparar: em quase todos os boxes da CEASA tem uma mulher. Hoje, elas dominam”, comenta.