Lá se vão 25 anos desde que o senhor Airton José Gavioli decidiu empreender na Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul). À época, ele notou uma demanda crescente do mercado por abacaxis e viu ali uma oportunidade.
“Eu alugava uma ‘pedra’ diária aqui na Ceasa. Aí chegou o Natal e ninguém tinha abacaxi para vender. Eu achei uma rocinha ali em Arapuá (MG); o produtor tinha 45 mil frutas e não sabia mais o que fazer. Eu comprei lá e comecei a vender aqui — não deu para quem quis! Eu tinha uma F-4000, enchia ela e vinha de lá para cá, eu só descarregava e voltava. Tinha semana que eu fazia cinco viagens”, lembra Airton.
Nascia ali a Gavioli & Gavioli, uma das empresas mais antigas da Ceasa e que hoje abastece as maiores redes de supermercados de Campo Grande com abacaxis de quase todas as regiões produtoras do país.
Quem faz a CEASA/MS – A empresa foca na comercialização das variedades Pérola e Havaí, duas das mais populares entre os consumidores. Airton explica que ambas têm boa saída o ano inteiro, mas cada uma apresenta características específicas que merecem atenção. Enquanto o Havaí é maior e mais versátil, o Pérola é menor e mais doce — ideal, principalmente, para o consumo in natura.
“Só que o Havaí, durante a estação fria, é mais azedo. Ele começa a adoçar a partir de agosto e vai até fevereiro. O Havaí serve, por exemplo, para fazer doce, drink, suco. As churrascarias preferem o Havaí para assar; o que precisar dele, você consegue fazer. Já o Pérola é melhor para comer puro”, explica o empresário.
Da pequena ‘pedra’ alugada no início dos anos 2000, a Gavioli cresceu e hoje ocupa um dos boxes do bloco 2, onde o movimento é intenso. Os carregamentos chegam diariamente para suprir a demanda do mercado. São vendidos, em média, entre 30 mil e 50 mil abacaxis por semana, estima Airton. Para garantir a oferta, Airton traz frutas das mais variadas regiões do país.
São Paulo e Minas Gerais são os maiores produtores do abacaxi Havaí, mas na Gavioli chegam frutas também do Mato Grosso, Pará, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e Paraíba.
“Em algumas regiões o abacaxi é mais saboroso, em uma é mais doce, em outra é mais azedo. Em uma estraga mais rápido, na outra demora mais. O clima influencia — cada região tem sua especificidade”, comenta.
Tanta dedicação para trazer as melhores frutas à Ceasa segue dando resultados. Airton fala com orgulho dos clientes que conquistou ao longo dos anos. Atualmente, ele entrega abacaxis nas unidades de quase todas as grandes redes de supermercados de Campo Grande. O mesmo respeito que tem pelos clientes fiéis, ele também mantém pelos outros empresários que comercializam a fruta na Ceasa/MS.
“Até hoje, nunca veio um cobrador cobrar a Gavioli”, afirma. “E eu também não tenho medo de concorrência nenhuma. Eu gosto quando tem concorrência — aqui na Ceasa há outras empresas muito boas que também vendem abacaxi. É gratificante receber o cliente que prefere comprar comigo; é um sinal de que o meu produto é diferenciado”, conclui orgulhoso.
Airton é um dos empresários responsáveis por movimentar a crescente comercialização de abacaxis na Ceasa/MS. Só no primeiro semestre de 2025, a Ceasa/MS comercializou mais 2,5 mil toneladas da fruta. Em 2024, forma 5 mil toneladas de abacaxi comercializados, segundo a Dimer (Divisão de Mercado e Abastecimento) da Ceasa/MS.










